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Com três anos do RenovaPR, Paraná vira protagonista da produção de energia no campo

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O programa do Governo do Estado, executado pelo IDR-Paraná, incentiva o produtor a produzir sua própria energia ou combustível, inserindo-o no processo de transição energética, bem como reduzindo seus custos de produção. Desde agosto de 2021, ele já estimulou o investimento de R$ 4,2 bilhões em 34.485 projetos de energia renovável


Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

Renova Paraná completa três anos neste mês. O programa do Governo do Estado, executado pelo IDR-Paraná, incentiva o produtor a produzir sua própria energia ou combustível, inserindo-o no processo de transição energética, bem como reduzindo seus custos de produção. O Estado também subsidia os juros dos empréstimos usados pelos produtores para a implantação de projetos de energia renovável na propriedade, por meio do Banco do Agricultor Paranaense – neste período foram R$ 230 milhões.

Com a iniciativa, o Paraná já se tornou o estado com maior potência média, por unidade instalada, entre os estados do Sul e Sudeste do País. De acordo dos dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Paraná tem 21,83 kilowatts de potência média por unidade, em seguida estão São Paulo (21,61 kW), Minas Gerais (20,13 kW), Santa Catarina (17,29 kW), e Rio Grande do Sul (12,72 kW). Desde agosto de 2021, o programa já estimulou o investimento de R$ 4,2 bilhões em 34.485 projetos de energia renovável no Estado.

Segundo Herlon Goelzer de Almeida, coordenador do RenovaPR, o programa aproveita um recurso que vinha sendo encarado como um problema ambiental. “Temos no Paraná uma produção expressiva de proteína animal, cujas sobras (dejetos, gorduras, ossos e vísceras) podem gerar biogás. Temos também o setor sucroalcooleiro que fornece material orgânico. Ou seja, o Paraná tem base produtiva que é altamente geradora de biomassa, a matéria orgânica usada como fonte de energia limpa e sustentável. Por isso temos que usar essa força energética”, destacou.

O programa também é objeto de uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias (AEN), chamada “Paraná, energia verde que renova o campo”, que mostra exemplos de produtores rurais de todo o Estado que aderiram ao programa para implantar sistemas sustentáveis.

MENOR CUSTO – Para colocar o programa em prática o IDR-Paraná, em três anos, treinou 796 técnicos, com o apoio do Sistema Faep/Senar e Cibiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis). Os profissionais passaram a atuar em todo o Estado, orientando os produtores interessados em implantar projetos de geração de energia renovável.

Além disso, o Instituto, em parceria com sindicatos rurais e agentes financeiros, realizou mais de 1.200 ações de promoção do RenovaPR (reuniões técnicas, seminários regionais, participação em feiras e exposições) para aumentar a adesão ao programa.

Atualmente o Paraná tem 34.485 ligações rurais em geração distribuída, ou seja, consumidores que passaram a produzir sua própria energia. Desse total, 28.346, ou 82,2%, foram feitas nos últimos três anos. A divulgação das vantagens do uso de energias renováveis apresentados pelo Renova-PR contribuiu para esse resultado. Ainda de acordo com os dados da Aneel, a geração distribuída no setor rural passou de 6%, em 2017, para 15% no ano passado.

Outro incentivo para o produtor é que nos últimos anos os custos de instalação dos projetos de energia renovável têm diminuído, o que atrai mais interessados. Em 2016 eram necessários R$ 8,77 por watt pico (capacidade máxima de geração do projeto). Em janeiro deste ano o valor ficou em R$ 3,17. O tempo de retorno do investimento também foi reduzido. Até 2023 eram necessários 4,4 anos para o produtor pagar pela instalação do projeto. Neste ano, o tempo de retorno do investimento ficou em 3,3 anos, em média.

DESAFIOS – Para o coordenador estadual do RenovaPR, o crescimento do uso de energias renováveis requer nova postura da iniciativa privada para enfrentar os desafios deste segmento. Entre os desafios, destaca Almeida, estaria a conversão de motores de caminhões dos serviços de cooperativas e empresas integradoras, ônibus/vans de transporte escolar, transporte urbano e táxis.

O uso de energias renováveis também deve se estender a outros segmentos do agronegócio. Almeida acredita que é importante, por exemplo, que cooperativas e integradoras substituam, em 100%, a lenha, o GLP e o Diesel pelo biogás. Os setores industriais também devem ser incentivados a consumir o biometano. Ele acrescenta que projetos em aterros sanitários, para a geração de biogás e biometano, tenham juros subsidiados.

Ainda segundo ele, os investimentos em energias renováveis são considerados importantes para aumentar a empregabilidade e a competitividade dos produtores, bem como das cadeias de produção de proteínas animais e agroindústrias do Paraná.

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