Atualmente, tramita no Brasil um Projeto de Lei que propõe a redução da carga horária semanal de trabalho, de 44 para 36 horas. Esse projeto, que inclui o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho com apenas um de descanso), reflete a crescente preocupação com a saúde mental dos trabalhadores e vem gerando intensos debates, especialmente entre a geração Z, que valoriza o equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida.
A legislação trabalhista brasileira estabelece uma carga de até 44 horas semanais, com limite de 8 horas diárias. Contudo, o novo projeto visa a adaptação da rotina de trabalho para uma realidade que prioriza o bem-estar do trabalhador, em sintonia com experiências internacionais que começam a testar semanas reduzidas.
Entre os argumentos que sustentam a proposta está a relação direta entre jornadas extenuantes e o aumento de doenças ocupacionais, especialmente a Síndrome de Burnout. Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022 como doença ocupacional, o Burnout é caracterizado por um esgotamento físico e emocional causado pelo estresse e pressão excessiva no ambiente de trabalho. Esse diagnóstico, agora oficializado no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças), permite o afastamento dos trabalhadores em casos de esgotamento extremo.
Esse cenário se intensificou após a pandemia, que trouxe mudanças significativas nos padrões de comportamento e saúde mental, destacando a necessidade de cuidar do bem-estar no trabalho para evitar patologias emergentes, como a Síndrome de Burnout. Assim como na Revolução Industrial surgiram doenças associadas a movimentos repetitivos, a era tecnológica impõe pressões mentais intensas, desafiando a resistência dos profissionais.
Apesar de o projeto de redução da jornada ser promissor, há dúvidas sobre sua aprovação imediata. No entanto, a discussão é crucial e alerta as empresas para a necessidade de manter a saúde mental de seus colaboradores como prioridade. A produtividade, afinal, está diretamente ligada ao bem-estar, e a saúde mental dos trabalhadores não pode mais ser negligenciada. Seja ela em qualquer carga horária.
A saúde mental importa, e o futuro já começou.
TALYTA SOUZA
Psicóloga 08/27402